A pandemia causou uma série de impactos, dentre eles o econômico. Nessa vertente, os alunos do curso de Medicina, da Universidade Iguaçu campus V Itaperuna/RJ (UNIG), estão tendo dor de cabeça. O curso sofreu um reajuste e a mensalidade será de R$ 10.250,00, a partir de janeiro de 2022.

O curso de graduação em Medicina segue sem aulas teóricas presenciais desde março de 2020 e não houve desconto em mensalidades durante este período.

Na manhã desta quinta-feira (11) alunos de Medicina da UNIG fizeram uma manifestação contra o aumento da mensalidade. Uma das pautas abordadas foi o descaso da instituição, levando a um alto número de inadimplência e o trancamento da matrícula durante esse período.

Na opinião dos estudantes, a decisão deveria levar em conta a situação enfrentada pelas famílias por conta dos efeitos da pandemia de covid-19 e o fato de que a instituição reduziu gastos com a modalidade on-line.

Mensalidades pelo Brasil

Com o novo valor, o curso de Medicina da UNIG figura entre os mais caros do país.

Para efeito de comparação, a mensalidade da Faculdade de Medicina de Campos (FMC), uma das mais tradicionais instituições de ensino médico do Brasil, com mais de 50 anos de história, gira em torno de R$ 8.160,00.

Já o curso de Medicina do Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV), que aparece entre os melhores de São Paulo, com excelente nota de reconhecimento do MEC, cobra R$ 7.595,25 de mensalidade.

A UNI-FAMINAS Muriaé, uma das mais conceituadas do estado de Minas Gerais, têm sua mensalidade no valor de R$ 8.881,85, com desconto para alunos que pagam em dia.

2020 registrou recorde de inadimplência

O número de alunos do ensino superior com mensalidades em atraso subiu no primeiro semestre de 2020. Segundo a 4ª Pesquisa Cenário Econômico Atual das Instituições de Ensino Superior Privadas, a taxa de inadimplência das faculdades no Brasil ficou em 11%, valor 29,9% maior que no mesmo período de 2019. Isso significa que 565 mil alunos ficaram inadimplentes, 109 mil a mais que no ano passado.

A crise também impactou na evasão dos alunos, na desistência temporária ou definitiva. No 1º semestre de 2020, a taxa de evasão no Brasil ficou em 10,1%, representando um aumento de 14,7% em relação ao mesmo período de 2019. As
maiores taxas foram sentidas nos cursos a distância, mas a variação foi maior para os cursos presenciais. Ao todo, 608 mil alunos desistiram ou trancaram matrícula, 83 mil a mais que no mesmo período do ano passado.

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