Diferente de outros Estados brasileiros, onde são colocadas à disposição doses que não foram utilizadas ou excedentes a quem não faz parte do grupo vacinado no momento, a chamada “xepa” da vacina vai seguir outras regras no Espírito Santo. 

Neste esquema, as pessoas, independentemente da idade, deixam seus nomes em uma lista de espera nas unidades de saúde. Após a vacinação dos grupos contemplados, a sobra de doses é então aplicada nesses indivíduos.

Mas, por aqui, isso não será feito. A informação foi dada em coletiva à imprensa na manhã de terça-feira (22) pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.

Ele detalhou que a secretaria divulgou nota técnica a respeito do assunto em que orienta municípios a alcançarem somente pessoas que ainda não receberam as doses e pertencentes às faixas etárias que estão sendo imunizadas. 

Na falta dessas pessoas, a publicação pede que seja dada preferência ao grupo imediatamente seguinte à faixa etária contemplada pela vacina. “Dependendo da vacina, há o prazo de 24 a 48 horas para aplicação da mesma”, reforçou Fernandes. 

O subsecretário em Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, também destacou que os municípios devem acatar as recomendações da Sesa para não abrirem listas de espera fora dos grupos contemplados naquele momento. 

“Se alguém agendado não compareceu, a sala de vacina deve providenciar o acesso de alguém do mesmo grupo que está em andamento ou de um grupo que seria o próximo a ser vacinado”, explicou.

Reblin foi crítico em relação ao uso do termo “xepa”. Na visão dele, essa expressão deprecia a importância do imunizante. “A vacina é comparada a uma modalidade como se nós chegássemos num determinado local para adquirir algo de uma qualidade inferior ou que alguém não quis”, observou.

Sobra de vacina 

O subsecretário também explicou que não é possível adotar essa prática porque o número de doses já é contabilizado e obedece a um esquema rígido de agendamento, tornando raro a existência de sobras de imunizantes. 

“Isso é muito raro entre nós. É um evento que ocorre muito pouco porque o Espírito Santo trabalha com agendamento. Não trabalha com a livre demanda nos pontos de vacinação. Nós sempre trabalhamos com agendamento prévio da vacina, diferente de alguns outros Estados, que abrem e deixam livre o acesso das pessoas”, comparou. “Preferimos a otimização da vacina”, reforçou.

Volume de sobras de vacina não justifica “xepa”

Nésio Fernandes afirmou que a estratégia de não utilizar a chamada “xepa vacinal” garantiu maior alcance de grupos etários contemplados. “Diferentes de outros Estados do Brasil, que agora só possuem 80% ou 85% de população idosa alcançada, aqui no Estado, temos 98%, quase 99% de cobertura dos idosos”, indicou. 

Nésio também considerou que o quantitativo de doses excedentes não justificaria uma procura livre por parte da população. 

“Não consideramos que esse volume seja de uma proporção tão grande para poder mobilizar tamanha polêmica e tamanha mobilização das pessoas porque, de fato, ele não representa uma capacidade de incremento da vacinação da população, mas, sim, uma gestão muito local de cada ponto de vacinação, de cada ponto local, de cada município, na otimização das doses”, concluiu.

Com informações da Folha Online ES.

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