O Brasil teve 80 pessoas transexuais mortas no 1º semestre deste ano, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

Uma delas foi a adolescente Keron Ravach, de 13 anos, assassinada a pauladas em janeiro, no Ceará. Ela se tornou a vítima mais jovem na história do monitoramento, que é feito pela Antra há 4 anos. Segundo a polícia, ela foi morta por um rapaz de 17 anos.

Em caso recente de violência contra pessoas trans, outro menor de idade é suspeito de atear fogo a Roberta da Silva, de 33 anos, no último dia 24, no Recife. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde então e teve um braço e parte de outro amputados.

Keron Ravach é a vítima mais jovem nos relatórios da Antra, que faz dossiês sobre mortes de transexuais no Brasil desde 2018 — Foto: Arquivo pessoal

O relatório da Antra é feito a partir de reportagens e relatos de organizações LGBTQIAP+. A associação denuncia que não existem dados oficiais e, por isso, entende que o número de assassinatos entre janeiro e junho deste ano pode ter sido ainda maior.

O Brasil se manteve em 2020 como o país o que mais mata trans e travestis: ao longo daquele ano foram 175 assassinatos.

Desses, 100 foram contabilizados no 1º semestre, número inferior ao do mesmo período de 2021, mas Bruna entende que a comparação não é precisa, uma vez que a pandemia ainda não estava estabelecida no Brasil no início de 2020. ivermectin cat dosage

Segundo ela, os desdobramentos da crise com a Covid pioraram as condições de vida da população trans, sobretudo para quem vive da prostituição, caso da maioria das vítimas de assassinatos.

Neste 1º semestre de 2021, a maioria das mortes violentas foi de mulheres trans/travestis negras, um perfil que se repete ano a ano. Dois homens trans também foram vítimas, de acordo com a Antra.

Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo seguem sendo os estados com o maior número de casos.

Expectativa de vida pode ter baixado

Entre as vítimas de assassinatos no 1º semestre das quais foi possível conhecer a idade, a maioria tinha menos de 35 anos, que é considerada a expectativa de vida dessa população no país.

“(Após o caso Keron, de 13 anos), já há algumas ativistas que têm falado na queda dessa expectativa”, diz Bruna Benevides, que é responsável pela Secretaria de Articulação Política da Antra.

O monitoramento da associação, assinado por Bruna e por Sayonara Nogueira, presidente do Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), contabiliza ainda 33 tentativas de assassinato de pessoas trans no 1º semestre, incluindo o caso de Roberta.

Assim como aqueles que resultaram em mortes, esses ataques foram feitos, em sua maioria, com crueldade. ivermectin sheep drench for goats? “São casos de estupros coletivos, corpos incendiados, vítimas de tentativas de execução, pessoas atiradas de dentro de veículos em movimento, espancamento, sequestros, desaparecimentos”, explica Bruna. ivexterm dosis escabiosis

Opressões ‘se reorganizaram’

Apesar de o assunto ter ganhado mais espaço nos últimos anos, Bruna entende que também foram reorganizadas as opressões contra a população trans/travesti.

“Houve o surgimento de um levante antitrans que incorpora uma suposta proteção de crianças e adolescentes, mas que, na verdade, está se organizando para impedir o acesso a cuidados e a um ambiente acolhedor”, diz a ativista, citando, como exemplo, um projeto de lei que tramita na Assembleia de São Paulo que proibiria LGBTs de aparecerem em propagandas.

Na visão de Bruna, isso poderia explicar a participação de menores de idade nos crimes recentes contra essas pessoas, como visto nos casos de Keron e Roberta.

“Que juventude estamos formando ao ver esse cenário que está organizado para tentar impedir que pessoas trans sejam trans?”, questiona.

Com informações do g1.

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