A nova proposta de modelagem tarifária da Cedae apresentada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) — que quer acabar com a cobrança de tarifa mínima de consumo de água — pode permitir a redução nas contas em 52% das residências. A informação foi passada nesta terça-feira (5) pelo diretor financeiro da companhia, José Bandeira de Mello Jr., durante audiência pública realizada pela Comissão de Saneamento Ambiental.
Atualmente, a Cedae aplica uma tarifa mínima de consumo de 15m³ para residências (no valor aproximado de R$ 100) e 20m³ (cerca de R$ 200) para áreas comerciais. A alteração fará com que seja admitida apenas uma tarifa pela disponibilidade do serviço de abastecimento, que não deve ultrapassar R$ 39, de acordo com a Cedae.
Segundo Bandeira, se o novo redesenho tarifário for aprovado pelo Conselho Diretor (Codir) da Agenersa, deve haver também expressiva redução na inadimplência.
— Hoje temos um índice alto de inadimplência, mas quando
as contas ficarem mais baratas vai facilitar para que o consumidor possa manter
as suas contas em dia. Vai pagar mais, quem gasta mais. O pequeno consumidor
será beneficiado — garantiu.
Ele informou ainda que as modificações aumenatariam a transparência e
incentivariam o consumo consciente.
— As mudanças objetivam tornar mais transparente a relação com nossos clientes e a trabalharmos ainda mais alinhados com as normas e diretrizes da política ambiental, reduzindo o desperdício — explicou.
Os critérios já existentes de acesso ao benefício da tarifa social, porém, não seriam impactados.
Inspiração mineira
O presidente da Cedae, Helio Cabral, informou que serão investidos R$ 40
milhões no parque de hidrômetros.
— Temos um milhão e 200 mil hidrômetros e cerca de 400 mil consumidores que pagam por estimativa, calculada pelo tamanho da casa ou simplesmente porque a empresa não foi lá colocar o hidrômetro. Com essa nova modelagem tarifária teremos uma medição progressiva de consumo para que a pessoa pague exatamente o que gasta. Nós vamos acabar com a cobrança por estimativa. A Cedae só irá cobrar o que estiver marcado no relógio — afirmou Cabral.
O gerente da Câmara Técnica de Regulação da Cedae na Agenersa, Roosevelt Brasil, disse que a adequação da estrutura tarifária da Cedae foi desenvolvida de acordo com o exemplo da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa-MG).
— Esse redesenho é necessário em função das várias
demandas de usuários, condomínios e até do Ministério Público. Esse novo modelo
começou na Copasa e a Cedae deve ser a segunda a adotar no Brasil. O usuário
não quer pagar mais do que ele consome. Essa nova modelagem traz mais
transparência e é mais justa para o consumidor — afirmou.
Presidente da comissão, o deputado Gustavo Schmidt (PSL) aprovou o novo modelo
proposto pela Cedae.
— Fiquei muito satisfeito com o que foi apresentado aqui. A companhia foi transparente, não escondendo números e demonstrando o quanto é importante esse redesenho tarifário. A comissão continuará a fiscalizar e a acompanhar as mudanças — afirmou o parlamentar.
Os deputados Luiz Paulo (PSDB), Lucinha (PSDB), Carlos Caiado (DEM) e Jair Bittencourt (PP) também participaram da reunião.
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