Dados preliminares do Portal da Transparência do Registro Civil revelam que o número de óbitos registrados no estado do Rio de Janeiro em abril é maior que o de nascimentos, pela terceira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Também na capital fluminense, há maior registro de mortes do que de nascimentos, pela oitava vez na história. O estado tem cerca de 16 milhões de habitantes. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4).

O Portal da Transparência do Registro Civil é a base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do país, sob a administração da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). As informações são cruzadas com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado a partir dos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Decréscimo populacional

De acordo com os dados disponíveis, abril é o terceiro mês, desde que se iniciou a pandemia no Brasil, que o estado do Rio de Janeiro vai registrar mais óbitos do que nascimentos. Segundo revelou à Agência Brasil o presidente da Arpen-RJ, Humberto Costa, a unidade federativa teve em abril deste ano 18.856 registros emitidos de óbitos, contra 16.347 nascimentos. Para Costa, os dados são preocupantes e constituem reflexo da pandemia. “Porque em um cenário normal isso não aconteceria. A progressão normal seria aumento de nascimentos e progressão natural de óbitos menor”, disse.

Os registros divulgados pela Arpen mostram que a queda na diferença entre os nascimentos e os óbitos no estado do Rio de Janeiro vinha ocorrendo de forma gradual ao longo dos anos, mas se acentuou de maneira significativa com a pandemia. Em janeiro de 2020, essa diferença era de 5.662 registros de nascimentos a mais, resultado da diminuição entre 18.034 nascimentos e 12.372 óbitos.

“Esses dados nos dizem que a população vinha aumentando, vinha crescendo. Agora está diminuindo. Quer dizer, nós temos um ‘déficit’, ou seja, nasce menos gente do que morre”, disse Costa.

Em maio do ano passado, o Rio vivenciou o primeiro mês com mais óbitos do que nascimentos, com recorde negativo de 3.335 óbitos a mais. Esse fato voltou a se repetir em dezembro, com 2.897 mortes a mais do que nascidos vivos.

O fenômeno se repete na capital fluminense, que registrou, até o último dia 30 de abril, 6.331 óbitos e 4.936 nascimentos, marcando o oitavo mês com decréscimo populacional. Ainda no município do Rio, a diferença entre os dois atos vinha caindo ao longo dos anos, mas se acentuou com a chegada da pandemia. Em janeiro de 2020, eram 1.555 nascimentos a mais. Já abril e maio de 2020 registraram os primeiros meses com mais óbitos do que nascimentos, repetindo a diferença nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado, e janeiro e março deste ano.

Fonte: Click Campos

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