Assim como outros colegas políticos, que condenaram as manifestações incitadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), criticou as atividades do chefe do executivo nacional e disse que ele tem uma postura “antidemocrática, golpista e equivocada”. Paes afirmou também que Bolsonaro já está “passando do ponto do aceitável”.

— Eu não critico as manifestações. Elas são normais. O que eu vi [ontem] foram pessoas indo as ruas defender suas pautas, por mais que eu discorde delas. Eu vejo direito nelas em defender suas pautas. O que eu vejo grave é a postura do presidente da República. A postura dele me parece antidemocrática, golpista e equivocada. Mas em relação as pessoas, elas tem direito — afirmou Paes.

O prefeito do Rio condenou a postura que Bolsonaro teve em relação a membros dos outros poderes e às declarações do mandatário que atentam contra as instituições. No ato que aconteceu na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente disse que não iria mais aceitar as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

— Mas, pela liturgia do cargo, ele não poderia estar disputando ou fazendo luta políticas com instituições: com o Supremo Tribunal (Federal) e ministros. Eu discordo com muitas decisões judiciais, mas respeito pela liturgia do cargo — disse o prefeito.

As manifestações dessa terça-feira, ocorridas durante o feriado de 7 de Setembro, pediam, entre outras reivindicações, o fechamento do Congresso e do STF, a prisão dos magistrados e o voto impresso. Elas aconteceram em várias partes do país, inclusive na capital carioca. No Rio, o ato antidemocrático foi em Copacabana, na Zona Sul.

— Com relação as manifestações, eu discuto frontalmente da opinião das pessoas que pedem golpe militar. Eles falam em democracia mais pedem golpe. Super confusa. Mas, é lamentável as manifestações do presidente. Vai passando um pouco do ponto do aceitável. Uma coisa é você contestar, fazer a luta política. Outra coisa é afrontar às instituições. Isso passa do ponto — destacou Eduardo Paes, que costuma discutir nas redes com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.

Na semana passada, O prefeito da cidade que é o berço do bolsonarismo havia dito no podcast da colunista Malu Gaspar que não esperava que os atos insuflados por Bolsonaro ressultassem em tumulto nem grandes repercussões políticas.

Nesta semana, Gilberto Kassab, presidento do PSD, partido de Paes, disse que se a escalada do presidente contra a democracia continuar, a legenda pode vir a apoiar o pedido de impeachment.

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