A Firjan considera que, apesar de esperado, o décimo aumento consecutivo da taxa Selic, em 1 ponto percentual, é ineficiente e pouco efetivo no controle do nível de preços neste momento. A atividade econômica já tem sentido os efeitos do início do ciclo de alta da taxa de juros, contudo a inflação não tem dado sinais de abrandamento. A desorganização das cadeias de produção, provocada pela pandemia de Covid-19, e os impactos derivados da guerra na Ucrânia reforçam que a inflação advém de choques externos e temporários de oferta, e não de demanda. A nova alta de juros penaliza ainda mais o nível de atividade e reforça a perspectiva de desaceleração econômica em 2022.

Nesse contexto, vale ressaltar que os gargalos da cadeia de insumos mostraram a necessidade de diversificar fornecedores e fortalecer indústrias estratégicas, trazendo a urgência de políticas de longo prazo para a indústria. Além disso, as incertezas relacionadas ao arcabouço fiscal mantêm elevada a percepção de risco nas contas públicas, que continuam sendo fator de risco para a economia brasileira. Assim, a Firjan reafirma a urgência na aprovação de reformas capazes de sinalizar uma boa conduta das contas públicas no longo prazo. A concretização dessa agenda é, portanto, impreterível para a retomada do crescimento sustentável e a manutenção das expectativas de inflação dentro da meta.

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