O preço do litro de leite já aumentou em 21,6% no acumulado de 12 meses, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O consumidor anda quebrando a cabeça para fazer o salário render. No supermercado, a conta aperta: o litro do leite, por exemplo, está mais caro que o litro da gasolina.

O valor do item, considerado essencial nas compras de boa parte dos brasileiros, tem chamado a atenção dos consumidores, bem como os derivados do leite. No início de maio, ainda se achava o litro do leite em caixinha no comércio do Rio de Janeiro por média de R$ 5. Hoje, o valor ultrapassa R$ 7 em diversos mercados e, até R$ 10 (o especial sem lactose).

Segundo a última Pesquisa Nacional da Cesta de Alimentos feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o leite registrou aumento de preço em 17 capitais brasileiras entre abril e maio. Nas prateleiras dos mercados, segundo levantamento o litro de leite longa vida varia de R$ 7 a R$ 10.

A valorização do leite se deve à menor oferta, segundo especialistas. A queda na produção, por sua vez, está atrelada ao avanço do período de entressafra, que ocorre sazonalmente entre o outono e o inverno – quando o clima mais seco prejudica a disponibilidade e a qualidade das pastagens.

“No primeiro trimestre de 2021, teve uma queda de 10,3% no volume de leite que foi produzido no Brasil. Foi a maior queda histórica da série, que começou em 1997. Então, acho que ela dá uma dimensão de como essa oferta recuou”, explica o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Rodrigues.

Além disso, segundo o pesquisador, o custo de produção subiu em mais de 60%. Diversos insumos da atividade, como combustíveis, medicamentos e suplementação mineral, pressionaram as margens dos pecuaristas.

“Os custos de produção de leite subiram muito. A gente começou, em meados de 2020, com uma alta no preço do concentrado, a alimentação das vacas à base de milho e de soja. São dois insumos muito importantes em uma estrutura de custo de produção. A parte de alimentação é a que mais pesa dentro de um sistema de produção de leite”, destaca Rodrigues.

Fonte: Serra News

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