O Noroeste Fluminense recebe nesta segunda-feira (01/08) o evento “Circuito de Negócios Agro BB e Caravana BB para Elas”, que conta com o apoio da Firjan. Por meio de um caminhão que estará estacionado em frente à AABB Itaperuna (Av. Presidente Dutra, 197, Centro), serão oferecidas uma série de iniciativas com o objetivo de estimular o agronegócio da região, entre elas negociações de crédito agrícola, encontros com empresas rurais (produtores e agroindústria) e incentivo ao empreendedorismo feminino.

“A agroindústria é uma das molas propulsoras da economia do Noroeste Fluminense, e este evento vem ao encontro do que precisamos para desenvolver a cadeia produtiva. A aproximação entre produtores rurais e melhorias do acesso a crédito estão entre as pautas principais do empresariado, e não menos importante do que o estímulo ao empreendedorismo feminino, uma agenda importante em todo o mundo”, destacou o presidente da Firjan Noroeste Fluminense, José Magno Vargas Hoffmann.

O evento acontece das 13h às 18h30 e terá palestras sobre assistência técnica gerencial, criatividade feminina, fertilização in vitro e Compost Barn (método da indústria leiteira que garante aos animais maior conforto e estímulo à compostagem), além de um panorama do atual estágio da pecuária fluminense e ações de apoio aos produtores rurais da região. Em pauta, por exemplo, estão condições especiais para acesso ao crédito do Banco do Brasil. Itaperuna é o marco inicial da caravana, que em seguida estará presente em Nova Friburgo (03 e 04 de agosto) e Valença (05/08).

Mais crédito para o produtor

Parte das iniciativas referentes a crédito rural foi apresentada na reunião do Conselho Empresarial de Agronegócios, Alimentos e Bebidas da Firjan (CEAAB), realizado na última quarta-feira (27/07). Segundo dados apresentados pela Gerência de Crédito do Bando do Brasil, o estado do Rio teve um aumento de 31% no crédito rural da safra 2021/22 – um total de R$ 391 milhões em mais de 5 mil operações. O oferecimento de mais financiamentos para os produtores é uma antiga reivindicação da cadeia produtiva fluminense. Para a safra 22/23, o BB tem objetivo de aumentar em 48% o volume de crédito rural no Rio.

“A percepção é que o Rio de Janeiro contrata pouco crédito rural, quando comparado a outros estados. De tudo o que foi contratado no Brasil na safra passada, correspondeu a 0,48%. Há espaço para um financiamento maior da cadeia agropecuária fluminense”, defendeu Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente do CEAAB.

Potenciais a serem explorados

Em abril deste ano, um estudo encomendado pela Firjan e pela Federação da Agricultura do Estado (Faerj) à FGV Agro, diagnosticou o estado atual do agronegócio fluminense – que ao longo de 25 anos, teve a maior redução de área plantada do Brasil. O “Diagnóstico do Agronegócio Fluminense” foi o primeiro passo na busca por um plano de ação para revitalizar as cadeias produtivas do agronegócio fluminense, tendo em vista que o Rio é o segundo maior mercado consumidor do Brasil.

O estudo destaca, por exemplo, os produtos que mais têm valor de produção no agronegócio fluminense, como o café arábica: o estado do Rio está entre as seis unidades da federação com maior produtividade, e alcançou a segunda maior área plantada do estado (11,2%) – atrás apenas da cana-de-açúcar (48,4%). Um dos exemplos do potencial fluminense vem justamente do Noroeste, responsável por cerca de 80% da produção de café do Rio, num total de R$ 75,8 milhões em receita anual. Só o município de Varre-Sai responde por 45% do cultivo estadual, de acordo com a Emater-Rio. Para chegar ao atual patamar, os produtores locais investiram em genética de mudas, controle sanitário das lavouras e fertilidade do solo.

O Noroeste também se destaca pelo potencial para a pecuária de corte e a produção leiteira, embora haja desafios: o Rio se tornou grande “importador” de ovos e leite de outros estados. Em 2020, a estimativa de consumo anual no estado foi, respectivamente, de mais de 4 bilhões de unidades e 2,8 bilhões de litros – enquanto a agroindústria fluminense produziu 216 milhões de unidades e 443 milhões litros. Ou seja, a produção fluminense é capaz de atender apenas 5,4% da demanda interna de ovos, e 15,4% da de leite – o que, por outro lado, demonstra o tamanho do potencial de desenvolvimento da agroindústria do Rio.

Fonte: Ascom Firjan

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